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segunda-feira, 24 de março de 2014

Conclusão do trabalho de grupo: Salazarismo/25 de abril

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Política
O país era governado sob forma ditatorial. Estabilidade política.
Viveu-se em Portugal um período de ditadura marcada pela suspensão das liberdades.
A nível externo Portugal era condenado pelos organismos internacionais, pois os países envolvidos já tinham dado independência às suas colónias mas Salazar era o único que continuava “orgulhosamente só”.
As forças de oposição ao regime criaram a MUD; eleições com uma ala liberal para a assembleia nacional Organização de um movimento secreto para derrubar o governo: Revolução
Implantação da democracia.
Deu-se a extinção da PIDE, a abolição da censura, libertação de todos os presos políticos, autorização de partidos políticos e sindicatos livres com a democratização do país. Todos os cidadãos podiam votar, eleger e ser eleitos para os órgãos de poder. Houve a criação de instituições democráticas; a constituição determinou a distribuição dos poderes do Estado.
Novas eleições presidenciais.
Deu-se independência às colónias portuguesas.

Militar
A partir de 1691 (Angola), 1963 (Guiné) e 1964 (Moçambique), os movimentos independistas organizaram revoltas que pretendiam lutar pela independência.
As revoltas, as manifestações de independência nas colónias portuguesas determinaram milhares de mortes e feridos.
A intervenção da guerra colonial levou a despesas elevadas e 9 mil mortos.
Perante a política intransigente de Salazar formaram-se nas colónias portuguesas movimentos independentistas e Portugal foi obrigado a enviar tropas para África. A guerra colonial provocou inúmeras mortes, feridos e deficientes e limitou o desenvolvimento do país.
Pedido de ajuda internacional para desgastar a política do país.
Após 13 anos de conflito, os militares acharam que a solução para a guerra deveria ser política.
A MFA estabeleceu contactos com os movimentos de libertação. Em consequência, a Guiné tornou-se independente em 1974, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe em 1975. O processo de descolonização foi mais difícil em Angola e Timor-Leste.
Em Julho de 1974, houve o reconhecimento do direito à autodeterminação e independência das colónias portuguesas (fim da guerra colonial).


Economia
Existia pobreza.
Portugal era um dos países mais atrasados da Europa(fraco desenvolvimento económico)
A agricultura era a principal actividade económica, mas estava pouco desenvolvida.
A indústria era igualmente débil, quando comparada com a dos países desenvolvidos.
Remodelação do regime político. Instauração da Democracia.
Em 1 de Janeiro de 1986, Portugal aderiu à CEE e passou a beneficiar da entrada de fundos comunitários.
Cooperação internacional.
Pretendia-se aumentar as exportações e baixar as importações. Vendendo mais e comprando menos, a balança comercial do país torna-se positiva, enriquecendo-o.
Sociedade
Vários grupos estavam revoltados.
A população rural era em grande parte analfabeta.
Emigração a partir de 1961.
Diminuição dos agricultores aumento dos operários e dos serviços.
As pessoas começaram a emigrar legal ou ilegalmente para outros países à procura de melhores condições de vida já que o nível de vida de Portugal estava muito longe dos países desenvolvidos.
Medo devido à PIDE. A sociedade vivia com medo de dizer o que não devia e ser preso.
Redução de impostos.
Manifestações contra o governo, sujeitos a serem presos.
Movimentos grevistas.
As más condições de vida levaram milhares de pessoas a emigrarem. Muitos voltaram depois da revolução.
Depois do 25 de Abril, a tomada de terras pelos trabalhadores e as nacionalizações de bancos e empresas criaram novos postos de emprego; aumento dos salários, atraindo o retorno dos emigrantes.

Cultura
Um clima de medo; Emigração;
Os portugueses sentiam medo de dizer o que não deviam e serem presos.
Os cidadãos estavam privados de liberdades e de outros direitos fundamentais. A PIDE, as prisões, o campo do Tarrafal e a censura cortava toda a expressão escrita ou verbal contra o regime e as pessoas tinham medo de se juntar.
Operações
para conseguir visibilidade a nível internacional.
Alianças com os países da Europa.
Acabar com a PIDE. Liberdade de expressão de pensamento, de reunião e de religião.


CRONOLOGIA DA REVOLUÇÃO DO 25 DE ABRIL

                                                                  1974

22 de Fevereiro
Publicação do livro Portugal e o Futuro do General António de Spínola, em que este defende que a solução para a guerra colonial deverá ser política e não militar.

5 de Março
Nova reunião da Comissão Coordenadora do MFA. É lido e decidido pôr a circular no seio do Movimento dos Capitães o primeiro documento do Movimento contra o regime e a Guerra Colonial: intitulava-se "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação" e foi elaborado por Melo Antunes

14 de Março
O Governo demite os Generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Chefe e Vice-Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, alegando falta de comparência na cerimónia de solidariedade com o regime, levada a cabo pelos três ramos das Forças Armadas. Essa cerimónia de solidariedade será ironicamente baptizada nos meios ligados à oposição ao regime como "Brigada do Reumático" nome pelo qual ainda hoje é muitas vezes referenciada. A demissão dos dois generais virá a ser determinante na aceleração das operações militares contra o regime.

16 de Março
Tentativa de golpe militar contra o regime. Só o Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha marcha sobre Lisboa. O golpe falhou. São presos cerca de 200 militares.

24 de Março
Última reunião clandestina da Comissão Coordenadora do MFA, na qual foi decidido o derrube do regime e o golpe militar.

23 de Abril
Otelo Saraiva de Carvalho entrega, a capitães mensageiros, sobrescritos fechados contendo as instruções para as ações a desencadear na noite de 24 para 25 e um exemplar do jornal a Época, como identificação, destinada às unidades participantes.

24 de Abril
O jornal República, em breve notícia, chama a atenção dos seus leitores para a emissão do programa Limite dessa noite, na Rádio Renascença .

24 de Abril - 22:00 horas
Otelo Saraiva de Carvalho e outros cinco oficiais ligados ao MFA já estão no Regimento de Engenharia 1 na Pontinha onde, desde a véspera, fora clandestinamente preparado o Posto de Comando do Movimento. Será ele a comandar as operações militares contra o regime.

24 de Abril - 22:55 horas
A transmissão da canção " E depois do Adeus ", interpretada por Paulo de Carvalho, aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, marca o ínicio das operações militares contra o regime.

25 de Abril - 00:20 horas
A transmissão da canção " Grândola Vila Morena " de José Afonso, no programa Limite da Rádio Renancença, é a senha escolhida pelo MFA, como sinal confirmativo de que as operações militares estão em marcha e são irreversíveis.

25 de Abril - Das 00:30 às 16:00 horas
Ocupação de pontos estratégicos considerados fundamentais ( RTP, Emissora Nacional, Rádio Clube Português, Aeroporto de Lisboa, Quartel General, Estado Maior do Exército, Ministério do Exército, Banco de Portugal e Marconi).
Primeiro Comunicado do MFA difundido pelo Rádio Clube Português
Forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém estacionam no Terreiro do Paço.
As forças paramilitares leais ao regime começam a render-se: a Legião Portuguesa é a primeira.
Desde a primeira hora o povo vem para a rua para expressar a sua alegria.
Início do cerco ao Quartel do Carmo, chefiado por Salgueiro Maia, entre milhares de pessoas que apoiavam os militares revoltosos. Dentro do Quartel estão refugiados Marcelo Caetano e mais dois ministros do seu Gabinete.

25 de Abril - 16:30 horas
Expirado o prazo inicial para a rendição anunciado por megafone pelo Capitão Salgueiro Maia, e após algumas diligências feitas por mediadores civis, Marcelo Caetano faz saber que está disposto a render-se e pede a comparência no Quartel do Carmo de um oficial do MFA de patente não inferior a coronel.

25 de Abril - 17:45 horas
Spínola, mandatado pelo MFA entra no Quartel do Carmo para negociar a rendição do Governo.
O Quartel do Carmo hasteia a bandeira branca.

25 de Abril - 19:30 horas
Rendição de Marcelo Caetano. A chaimite BULA entra no Quartel para retirar o ex-presidente do Conselho e os ministros que o acompanhavam, levando-os, à guarda do MFA para o Posto de Comando do Movimento no Quartel da Pontinha.

25 de Abril - 20:00 horas
Disparos de elementos da PIDE/DGS sobre manifestantes que começavam a afluir à sede daquela polícia na Rua António Maria Cardoso, fazem quatro mortos e 45 feridos.

26 de Abril
PIDE/DGS rende-se após conversa telefónica entre o General Spínola e Silva Pais director daquela corporação.
Apresentação da Junta de Salvação Nacional ao país, perante as câmaras da RTP.
Por ordem do MFAMarcelo CaetanoAmérico Tomás, César Moreira Baptista e outros elementos afectos ao antigo regime, são enviados para a Madeira.
General Spínola é designado Presidente da República.
Libertação dos presos políticos de Caxias e Peniche.

27 de Abril
Apresentação do Programa do Movimento das Forças Armadas.

28 a 30 de Abril
Regresso dos líderes do Partido Socialista (Mário Soares) e do Partido Comunista Português (Álvaro Cunhal).

1 de Maio
Manifestação do 1º de Maio, em Lisboa, congrega cerca de 500.000 pessoas. Outras grandes manifestações decorreram nas principais cidades do país.

4 de Maio
MRPP organiza a primeira manifestação de boicote ao embarque de soldados para as colónias. A Junta de Salvação Nacional previra a necessidade de envio de alguns batalhões de militares para substituirem a tropa portuguesa ainda em território africano e cujo período de mobilização já terminara. Pensava-se também que seria importante manter as Forças Armadas Portuguesas em África até final das negociações com os Movimentos de Libertação Africanos, com vista à independência dos territórios.

16 de Maio
Tomada de posse do Iº Governo Provisório, presidido por Adelino da Palma Carlos.
Do I Governo fazem parte, entre outros, Mário Soares, Álvaro Cunhal e Sá Carneiro.

20 de Maio
Américo Tomás e Marcelo Caetano, com o conhecimento da JSN mas não do Governo, partem para o exílio no Brasil.

25 de Maio
Início das conversações com o PAIGC.

26 de Maio
É fixado o primeiro Salário Mínimo Nacional em 3300$00.

Maio / Junho
Grandes conflitos laborais e lutas de trabalhadores começam a surgir em algumas das grandes empresas portuguesas LISNAVE, TIMEX, CTT.
Inicia-se um grande movimento popular de ocupações de casas desabitadas que vai prolongar-se por vários meses. A Junta de Salvação Nacional legaliza, em 19 de Maio, as ocupações verificadas e proíbe novas ocupações.

6 de Junho
Conversações preliminares com a FRELIMO, em Lusaka, com vista à independência de Moçambique.

8 de Julho
É criado o COPCON, chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho

9 de Julho
O Primeiro Ministro Palma Carlos pede a demissão do cargo por alegadamente não ter condicões políticas para governar numa clara alusão ao peso da influência do MFA. Com ele solidarizam-se alguns ministros do seu Gabinete entre eles Francisco Sá Carneiro

12 de Julho
Vasco Gonçalves é indigitado por Spínola para o cargo de Primeiro Ministro.

18 de Julho
Tomada de posse do IIº Governo Provisório, presidido por um homem do MFA, o General Vasco Gonçalves.

27 de Julho
Spínola reconhece o direito à independência das colónias africanas.

Julho / Agosto
Greves da MABOR, TAP, SOGANTAL e JORNAL DO COMÉRCIO.

8 de Agosto
Motim de ex-agentes da PIDE/DGS presos na Penitenciária de Lisboa.

28 de Agosto
Promulgação da Lei da Greve.

31 de Agosto
Por despacho conjunto do Ministério da Admnistração Interna e do Ministério do Equipamento Social é criado o SAAL vocacionado para intervir na área da habitação social. No processo SAAL colaboraram então alguns dos arquitectos portugueses hoje internacionalmente reconhecidos, como Siza Vieira e Alves Costa. Ficaram célebres as áreas de intervenção do Barredo no Porto, as de Setúbal e de Évora.

6 de Setembro
Acordos de Lusaka entre a FRELIMO e o Governo Português.

7 de Setembro
Tentativa de tomada de poder pelas forças neo-colonialistas em Lourenço Marques.

9 de Setembro
O Governo Português reconhece a Guiné-Bissau como país independente.

10 de Setembro
Apelo de Spínola à chamada Maioria Silenciosa, numa tentativa de procurar o apoio dos sectores mais conservadores da sociedade portuguesa. Em resposta a este apelo surgem na imprensa, dias mais tarde, notícias que anunciam para dia 28 uma manifestação de apoio a Spínola.

26 de Setembro
António de Spínola e Vasco Gonçalves assistem a uma corrida de toiros no Campo Pequeno. Vasco Gonçalves é apupado por manifestantes conotados com a Maioria Silenciosa.

28 de Setembro
Em resposta à anunciada manifestação da Maioria Silenciosa são organizadas barricadas populares junto às saídas de Lisboa e um pouco por todo o país. No final dessa noite, os militares substituem os civis nas barricadas. Mais de uma centena de pessoas, entre figuras gratas ao regime deposto, quadros da Legião Portuguesa e participantes activos da manifestação abortada da Maioria Silenciosa, são detidas por Forças Militares.

30 de Setembro
Apresentação da demissão do Presidente da República General António de Spínola e nomeação do General Costa Gomes.
Tomada de Posse do III Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves.

6 de Outubro
"Um dia de trabalho para a Nação" proposto pelo Primeiro Ministro. Um domingo é transformado em dia útil de trabalho oferecido gratuitamente pelos trabalhadores ao país. A adesão é significativa e o resultado financeiro desta campanha será dias mais tarde estimado pelas entidades oficiais competentes em cerca de 13000 contos.

27 de Outubro
O Governo anuncia as Campanhas de Dinamização Cultural, empreendidas pela 5ª Divisão do EMGFA com o objectivo de "cumprir integralmente o programa do MFA e colocar as Forças Armadas ao serviço de um projecto de desenvolvimento do Povo Português".

11 de Novembro
O Ministério da Educação e Cultura institui o Serviço Cívico Estudantil, ano vestibular antes da entrada definitiva no ensino superior e que mobilizou milhares estudantes para brigadas de alfabetização e de educação sanitária junto das populações.

7 de Dezembro
Por decisão do Governo é decidido o pagamento do 13º mês aos pensionistas do Estado.

9 de Dezembro
Tem início o renceamento eleitoral com vista à realização das primeiras eleições em liberdade.

13 de Dezembro
Os Estados Unidos concedem ao governo português um importante empréstimo financeiro no âmbito de um Plano de Ajuda Económica a Portugal.

                                               1975

15 de Janeiro
Acordos de Alvor entre o Governo Português e os Movimentos de Libertação Angolanos. Fixa-se a data da independência: 11/11/75.

28 de Janeiro
Militantes de vários grupos de esquerda cercam o Palácio de Cristal no Porto, local onde decorre o Congresso do CDS proíbe todas as manifestações durante o período em que se desenvolverão as manobras da NATO em Lisboa. O desembarque previsto para o dia 31 não chega a realizar-se.

2 de Fevereiro
Trabalhadores rurais ocupam terras abandonadas na herdade do Picote, em Montemor-o-Novo. Início da Reforma Agrária.

7 de Fevereiro
Grande manifestação operária em Lisboa contra o desemprego e contra a NATO.

21 de Fevereiro
Apresentação doPrograma Económico de Transição, elaborado por uma equipa chefiada pelo Major Ernesto Melo Antunes, com vista à recuperação económica do país.
22 de Fevereiro
O MFA reforça os seus poderes políticos chamando a si um direito de veto relativo a decisões políticas fundamentais.

7 e 8 de Março
Confrontações em Setúbal entre grupos políticos. A intervenção policial provoca dois mortos e obriga à intervenção do COPCON.

11 de Março
Divisões profundas entre oficiais do MFA. A ala spinolista é levada a tentar um golpe de estado. Insurreição na Base Aérea de Tancos e ataque aéreo ao Quartel do RAL1 . Fuga para Espanha do General Spínola e outros oficiais. Reforço da capacidade de intervenção do COPCON chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho.

12 de Março
São extintos a Junta de Salvação Nacional e o Conselho de Estado e em sua substituição é criado o Conselho da Revolução. O Governo dá início à execução de um grande plano de nacionalizações (Banca, Seguros, Transportes etc...).

26 de Março
Tomada de Posse do IV Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves.

11 de Abril
Plantaforma de acordo MFA/Partidos assinada por CDSFSPMDPPCP,PPDPS. O acordo visava o reconhecimento, por parte dos partidos, da necessidade de se manter a influência do MFA na vida política do país por um período de transição de três a cinco anos o qual terminaria por intermédio de uma revisão constitucional.

25 de Abril
Eleições para a Assembleia Constituinte com uma taxa de participação de 91,7%. Resultados dos Partidos com representação parlamentar: PS 37,9%; PPD 26,4%; PCP 12,5%; CDS 7,6%; MDP 4,1%; UDP 0,7%.

19 de Maio
Início do chamado Caso República . Raul Rêgo é afastado da direcção do jornal pelos trabalhadores, acusado de ter tornado o República no órgão oficioso do Partido Socialista.

25 de Maio
Ocupação pelos trabalhadores das instalações da Rádio Renascença, propriedade do Episcopado.

6 de Junho
Em Ponta Delgada realiza-se a primeira manifestação pública da Frente de Libertação dos Açores (FLA). Este movimento sem grande expressão e peso político reivindicava a autodeterminação dos Açores.

25 de Junho
Independência de Moçambique.

Julho
Reagindo ao curso dos acontecimentos e à situação criada no jornal República o Partido Socialista desencadeia manifestações de massas - a maior das quais foi a da Fonte Luminosa, abandonando o Governo em 16 de Julho. O Partido Popular Democrático segue-lhe o exemplo. Iniciam-se as diligências para a formação de novo Governo.

5 de Julho
Independência de Cabo-Verde.

8 de Julho
MFA divulga o Documento "Aliança POVO/MFA. Para a construção da sociedade socialista em Portugal."

12 de Julho
Independência de S. Tomé e Príncipe.

13 de Julho
Assalto à sede do PCP em Rio Maior. Têm aqui início uma série de acções violentas contra as sedes de partidos e organizações políticas de esquerda, registadas por todo o país mas com maior intensidade no Norte e Centro. Esta onda de violência conotada com as forças conservadoras ficou conhecida por Verão Quente.

27 de Julho
Fuga de 88 agentes da ex-PIDE/DGS da prisão de Alcoentre.

30 de Julho
É criado no Conselho da Revolução o Triunvirato que passa a orientá-lo. Constituem-no Vasco GonçalvesCosta Gomes e Otelo.

7 de Agosto
É divulgado o Documento Melo Antunes, apoiado pelo Grupo dos Nove, um grupo de militares que representava a facção moderada do MFA, e que se opõem às teses políticas do Documento Guia Povo/MFA apresentado em 8 de Julho.

8 de Agosto
Tomada de posse do V Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves.

10 de Agosto
Melo Antunes e apoiantes são afastados do Conselho da Revolução.

12 de Agosto
Aparecimento do "Documento do COPCON", em contraposição ao "Documento dos Nove", e reforçando a ideia de ser atribuído um papel político relevante às Assembleias Populares (democracia de base).

30 de Agosto
Vasco Gonçalves é demitido do cargo de Primeiro Ministro. Iniciam-se as negociações para a formação do VI Governo Provisório, PS/PPD/PC.

10 de Setembro
Desvio de 1000 espingardas automáticas G3 do DGM 6 em Beirolas.

11 de Setembro
Manifestação dos SUV no Porto, numa tentativa de criar no seio das Forças Armadas uma zona de influência adepta do Poder Popular de Base como advogavam alguns partidos da chamada esquerda revolucionária.

19 de Setembro
Tomada de posse do VI Governo Provisório, chefiado por Pinheiro de Azevedo.

21 e 22 de Setembro
Agudiza-se a luta política nas ruas: manifestação dos Deficientes das Forças Armadas com ocupação de portagens de acesso a Lisboa e tentativa de sequestro do Governo. Prosseguem as nacionalizações: SETENAVE e Estaleiros de Viana do Castelo.

25 de Setembro
Nova manifestação dos SUV em Lisboa. Na intenção de retirar poderes ao COPCON o Governo cria o AMI - Agrupamento Militar de Intervenção.

26 de Setembro
O Governo decide retirar ao COPCON "os poderes de intervenção para restabelecimento da ordem pública".

27 de Setembro
Manifestantes de partidos de esquerda assaltam e destroem as instalações da Embaixada de Espanha como medida de protesto contra a execução pelo garrote de cinco nacionalistas bascos, decidida pelo governo ditatorial do Generalíssimo Franco.

15 de Outubro
O Governo manda selar as instalações da Rádio Renascença, ocupada desde Maio pelos trabalhadores. Mas a ocupação mantém-se.

7 de Novembro
Por ordem do Governo, o recém criado AMI, faz explodir os emissores da Rádio Renascença.
Confrontos violentos na região de Rio Maior entre representantes das UCP's e Cooperativas Agrícolas da Zona de Intervenção da Reforma Agrária (ligadas ao sector do trabalhadores rurais) e representantes da CAP - Confederação de Agricultores Portugueses, instituição ligada aos interesses dos proprietários agrícolas.

11 de Novembro
Independência de Angola.

12 de Novembro
Manifestação de trabalhadores da construção civil cerca o Palácio de S.Bento sequestrando os deputados.

15 de Novembro
Juramento de bandeira no RALIS - os soldados quebram as normas militares que regulamentam os juramentos de bandeira e fazem-no de punho fechado.

20 de Novembro
O Conselho da Revolução decide substituir Otelo Saraiva de Carvalho por Vasco Lourenço no comando da Região Militar de Lisboa.
O Governo anuncia a suspensão das suas actividades alegando "falta de condições de segurança para exercício do governo do país".

Manhã de 25 de Novembro
Na sequência de uma decisão do General Morais da Silva, CEMFA, que dias antes tinha mandado passar à disponibilidade cerca de 1000 camaradas de armas de Tancos, paraquedistas da Base Escola de Tancos ocupam o Comando da Região Aérea de Monsanto e seis bases aéreas. Detêm o general Pinho Freire e exigem a demissão de Morais da Silva. Este acto é considerado pelos militares ligados ao Grupo dos Nove como o indício de que poderia estar em preparação um golpe de estado vindo de sectores mais radicais, da esquerda. Esses militares apoiados pelos partidos políticos moderados PS e PPD, depois do Presidente da República, General Francisco da Costa Gomes ter obtido por parte do PCP a confirmação de que não convocaria os seus militantes e apoiantes para qualquer ação de rua, decidem então intervir militarmente para controlar inequivocamente o destino político do país. Assim:

Tarde de 25 de Novembro
Elementos do Regimento de Comandos da Amadora cercam o Comando da Região Aérea de Monsanto.

Noite de 25 de Novembro
O Presidente da República decreta o Estado de Sítio na Região de Lisboa. Militares afetos ao governo, da linha do Grupo dos Nove, controlam a situação.
Prisão dos militares revoltosos que tinham ocupado a Base de Monsanto.

26 de Novembro
Comandos da Amadora atacam o Regimento da Polícia Militar, unidade militar tida como próxima das forças políticas de esquerda revolucionária. Após a rendição da PM, há vítimas mortais de ambos os lados.
Prisões dos militares revoltosos..

27 de Novembro
Os Generais Carlos Fabião e Otelo Saraiva de Carvalho são destituídos, respectivamente, dos cargos de Chefe de Estado Maior do Exército e de Comandante do 
COPCON.
O General António Ramalho Eanes é o novo Chefe de Estado Maior do Exército.
Por decisão do Conselho de Ministros a Rádio Renascença é devolvida à Igreja Católica.

28 de Novembro
O VI Governo Provisório retoma funções. O Conselho de Ministros promete o direito de reserva aos donos de terras expropriadas.

7 de Dezembro
A Indonésia invade e ocupa o território de Timor.




                                                    1976

1 de Janeiro
PSP intervém, junto à prisão de Custóias, para dispersar a manifestação de solidariedade com os militares presos após o 25 de Novembro de que resultam três mortos e seis feridos.

3 de Janeiro
A imprensa francesa denuncia que no seguimento da invasão de Timor pela Indonésia já teriam morrido cerca de 60000 timorenses.

19 de Janeiro
Prisão de Otelo Saraiva de Carvalho após a divulgação do Relatório Preliminar dos acontecimentos de 25 de Novembro. Alegadamente Otelo estaria implicado no possível golpe militar de esquerda. Será libertado a 3 de Março sem que as acusações se confirmassem.

22 de Janeiro
O jornal República é devolvido à anterior direcção.

23 de Janeiro
Lock-out na Fábrica Timex.
26 de Janeiro
Revisão do Pacto MFA/Partidos. Assinam o CDS o MDP/CDE, o PPD e o PS.

29 de Janeiro
Operários da Timex entram de novo em greve.

Ainda em Janeiro
Tem início uma série de atentados bombistas reivindicados pela extrema direita portuguesa, ELP e MDLP que se prolongará por vários meses e cujos alvos são instituições e personalidades ligados a sectores da esquerda. O julgamento dessas acções ainda hoje decorre sendo conhecido como Caso da Rede Bombista.

20 de Fevereiro
Grande manifestação popular em Lisboa pela libertação dos militares presos em consequência dos acontecimentos de 25 de Novembro.

2 de Abril
Aprovação pela Assembleia Constituinte da Constituição da República de 1976.

25 de Abril
Eleições legislativas. Resultados dos Partidos com representação parlamentar: PS 35%; PPD 24%; CDS 15,9%; PCP 14,6%; UDP 1,7%.

27 de Junho
Eleições presidenciais. António Ramalho Eanes é o primeiro Presidente da República constitucionalmente eleito com 61,5% dos votos. Resultados dos outros candidatos mais votados: Otelo Saraiva de Carvalho 16,5%; Pinheiro de Azevedo 14,4%; Octávio Pato 7,5%.

23 de Setembro
Tomada de Posse do I Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares.

Fonte:

Centro de documentação do 25 de Abril http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=ano1976