Pesquisar neste blogue

domingo, 19 de novembro de 2017

... e depois nasceram papoilas!



   Para a realização desta atividade foi fundamental além do empenho de todos os professores de História que lecionam o 9º ano e dos alunos das suas turmas, as atividades gráficas dinamizadas pelas professoras Júlia Pinto, Teresa Botelho e Educação Visual e as de escrita dinamizadas por todos os professores que lecionam 9º ano. As professoras de Educação Especial e as professoras bibliotecárias também se inseriram nesta atividade.



Papoilas porquê - perguntavam quando expusemos o painel.

Respondíamos:


11 de novembro, 11 horas, 1918.


Mas o que é que aconteceu?

- Investiguem- respondíamos a sorrir.































                                                   
















Painéis da responsabilidade da professora Júlia Martins


Aos professores envolvidos foi distribuída uma papoila, símbolo de respeito pelos soldados que morreram na 1ª Guerra mundial e de esperança de paz.















Papoilas da responsabilidade da professora Fátima Gomes


No dia sete de novembro, começou-se a montar a exposição, com a professora Fátima Pinto a coordenar as operações logísticas.





Instalação da responsabilidade da professora Olga de E. V.




































                                               Painéis cobertos com os trabalhos dos alunos.




































Participação da Educação Especial


























Participação da responsabilidade de Teresa Botelho
































Nos campos de Flandres
Nos campos de Flandres crescem as papoilas
E florescem entre as cruzes que, fila a fila,
marcam o nosso lugar; e, no céu, voam as cotovias,
que continuam corajosamente a cantar, embora mal
se ouça seu canto, por causa dos canhões.
Estamos mortos...Ainda há poucos dias, vivos, sentíamos
a aurora e víamos o poente a rebrilhar, e agora eis-nos,
todos deitados nos campos de Flandres.
Continuai a nossa luta contra o inimigo.
A nossa mão vacilante atira-vos o facho:
mantende-o bem alto. Que, se a nossa vontade trairdes,
nós, que morremos, não poderemos dormir,
ainda mesmo que floresçam as papoilas nos campos de Flandres.

                                                                Flanders Fields, de John McCrae 



Flandres, 13 de março de 1918
Estimados pais,
Espero sinceramente que esta carta vos vá encontrar melhor do que estavam quando vos deixei. Se a nossa situação política e social já era complicada desde o fatídico dia 9 de março de 1916 (quando a Alemanha nos declarou guerra) só tem piorado. Por aí, o custo de vida e o desemprego continuam a aumentar? E as greves e os assaltos estão menos frequentes? Desejo que sim!
Gostava de vos levar boas novas, mas tal não é possível! A minha vida como Cabo da Segunda Divisão do Corpo Expedicionário tem sido um verdadeiro inferno, aqui por terras da Flandres. Desde o início que a situação é dramática mas, por incrível que pareça, tem vindo a piorar. Os dias passados nas trincheiras da frente de combate têm sido de extremo sofrimento, começando pela fome. O pão escasseia e as latas que os ingleses nos dão contém comida com cheiro nauseabundo e mau sabor. Temos passado muito frio, ficamos frequentemente com a farda ensopada de chuva e lama, passamos meses enfiados nas trincheiras onde tudo tem um ar sombrio e fétido. De cada vez que sofremos bombardeamentos, ficamos sem ver nada, o cheiro a pólvora é insuportável e temos que conviver com os cadáveres dos nossos compatriotas. Ultimamente os alemães têm usado gases venenosos o que se tem revelado mortífero para nós, os únicos que parecem resistir-lhes são os enormes ratos que connosco coabitam.
Anseio pelo fim da guerra para poder regressar aos vossos braços e à nossa pacata aldeia.

Um forte abraço do vosso filho.


Inês Pereira, nº 13, 9º B