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terça-feira, 29 de maio de 2018

Movimentos Contestatários 50 A 70 - Gerações de jovens


Canção

O peso do mundo 
         é o amor. 
Sob o fardo 
       da solidão, 
sob o fardo 
      da insatisfação 
 
       o peso 
o peso que carregamos 
        é o amor. 
 
Quem poderia negá-lo? 
          Em sonhos 
nos toca 
      o corpo, 
em pensamentos 
        constrói 
um milagre, 
         na imaginação 
aflige-se 
         até tornar-se 
humano - 
 
sai para fora do coração 
         ardendo de pureza - 
 
pois o fardo da vida 
          é o amor, 
 
mas nós carregamos o peso 
           cansados 
e assim temos que descansar 
nos braços do amor 
          finalmente 
temos que descansar nos braços 
           do amor. 
 

Nenhum descanso 
        sem amor, 
nenhum sono 
        sem sonhos 
de amor - 
           quer esteja eu louco ou frio, 
obcecado por anjos 
           ou por máquinas, 
o último desejo 
          é o amor 
- não pode ser amargo 
         não pode ser negado 
não pode ser contigo 
           quando negado: 
 
o peso é demasiado 
          - deve dar-se 
sem nada de volta 
         assim como o pensamento 
é dado 
         na solidão 
em toda a excelência 
         do seu excesso. 
 
Os corpos quentes 
          brilham juntos 
na escuridão, 
          a mão se move 
para o centro 
        da carne, 
a pele treme 
          na felicidade 
e a alma sobe 
         feliz até o olho - 
 
sim, sim, 
           é isso que 
eu queria, 
          eu sempre quis, 
eu sempre quis 
         voltar 
ao corpo 
         em que nasci.
                                                                      Allen Ginsberg, in Uivo, L&PM.1984,

https://www.youtube.com/watch?v=CRTdAIlMdT8 - Allen Ginsberg, Song

TRANSFORMAÇÕES DOMUNDO CONTEMPORÂNEO DOCUMENTOS ESCRITOS


“Era uma vez um rapaz que cresceu numa cidade americana qualquer (…)  durante os anos 50; por volta dos 15 anos começou a duvidar do sentido de tudo em geral e a contestar os pais; lá em casa, odiava aquela vida convencional deles, igual à dos vizinhos. O rapaz revoltou-se, era contra aquilo, pais, vizinhos, governo e escola, e sendo americano teve oportunidade de viver o “ Summer of Love” (1967), de protestar contra a guerra do Vietname, de declamar Ginsberg, de ouvir “acid rock” (ou os Grateful Dead em especial?). Mais tarde, rapou todo o cabelo, embrulhou-se nuns panos de açafrão e tornou-se “Krishna”.
Este rapaz pertenceu à primeira “geração” de jovens: nos anos 60, os jovens multiplicaram-se (explosão demográfica), tiveram algum poder económico e por isso uma cultura própria com consumos próprios (discos, filmes, roupas, livros, etc.). “

https://www.youtube.com/watch?v=AWuQiGaIsso - Grateful Dead, Sugar Magnolia


  1. Caracteriza a geração dos anos 50 nos E. U. A.



“Se este rapaz tivesse vivido na Europa, teria sido “hippie” na mesma, mas com objectivos diferentes: ir a São Francisco e à Índia. A seguir, em vez de ser “Krishna”, teria sido uma espécie de “hippie” de esquerda e teria como referência fundamental Maio de 68.
 Em 1969, houve Woodstock e a Times escreveu que “ficará na História como um dos acontecimentos políticos e sociológicos mais significativos da época”. Entre todas as causas, uma unia – harmoniosamente – os que protestavam: a guerra do Vietname. Pouco depois, houve uma frase célebre, gritada na ilha de Wight: “Vocês são uma geração abençoada.” A“geração” dos anos 60.”








2. Caracteriza a geração dos anos 60 na Europa

https://www.youtube.com/watch?v=_Fe0UcS2uFw

The Doors, Summer´s Almost Godoorsne

     “Nos anos 70, a “geração” parecia menos abençoada e mais amaldiçoada. 
      Jim Morrison gritava “Summer is almost gone”.

      A partir da segunda metade dos anos 70, a “geração punk” aprende, com a falência dos modelos em que os outros tinham acreditado e ajudada pela crise económica, a dizer “no future” (nos anos 50 os jovens queriam construir a sociedade e nos anos 60 mudá-la; a segunda metade dos anos 70 caracteriza-se por uma desolação generalizada, que se sucede ao optimismo).

     Foi nessa época que os jovens repararam que o mundo, percebido de outra maneira porque os meios tecnológicos eram outros, afinal era 



3. Que modificação existiu na geração dos anos 70, relativamente às anteriores?
Os anos 60 marcaram a rutura com os anos 50 influenciados pelo American way of life.
•Nos anos 60, houve nos Estados Unidos uma explosão de movimentos sociais que tinham como principal objetivo a conquista de direitos civis, mostrando que o descontentamento ainda existia dentro  do país ao contrario do que pensavam alguns intelectuais dos anos 50 influenciados pelo American way of life;
• Além dos conflitos internos, essa época é marcada por desafios enfrentados pelos políticos para a consolidação de sua política imperialista e anticomunista no mundo, muitas vezes com sucesso, mas outras um verdadeiro falhanço como  é o caso de Cuba e Vietname;
• Por esses motivos é costume denominar-se os anos 60 de “longa década”.
São marcado pelo governo John F. Kennedy (1960-1963), muito popular nos EUA, por ser considerado a “esperança liberal”, tornando-se uma espécie de mártir,, após o seu assassinato que fez esquecer a sua  forte política anti-comunista. Seguiu-se o presidente Lyndon B. Johnson (1963-1968) muito empenhado em reformas sociais e económicas que contribuíram para a redução da pobreza de 21% da população em 1959, para 12% em 1969, conseguindo um grande crescimento económico.

4.Indica os factos contestados pela geração de 60.

 “Nos E. U. A.  esta época foi marcada por movimentos a favor dos direitos civis com destaque para o Movimento Negro
• A vida dos negros americanos, após a segunda guerra era caracterizada por segregações, violência, desemprego e pobreza. Esta situação deu origem à organização dos negros já durante a 1ª metade do século, mas as condições dos anos 50 e 60 propiciaram um movimento em massa.
• Os Negros do norte e do sul, construíram o “movimento por direitos civis”, que começou por chamar a atenção através da organização de protestos. Neste contexto surge o grande orador Martin Luther King Junior que fundou a conferência de liderança cristã em 1957, baseado na ideia de “desobediência civil”. (resistência pacifica).
• Graças a várias conquistas contra a segregação, universitários negros sentiram-se estimulados a agir, ampliando a área de livre locomoção dos negros ( universidades, escolas, cinemas, restaurantes, rodoviárias, etc).
• Em abril de 1963, Luther King organizou uma série de protestos não violentos em Birmingham, Alabama que foram combatidos pela polícia e filmadas pela  televisão. A cobertura desse ataque chocou a população americana.
• Em agosto de 1963, houve a Marcha para Washington, com 200 mil manifestantes para ouvir o discurso “ I have a dream”, “Eu tenho um sonho”.
• Esta situação levou à intervenção do governo.
• De acordo com a opinião geral americana os presidentes Kennedy e Johnson, bem como o FBI e a policia federal eram simpáticos à luta anti-racista: No entanto Kennedy só relutantemente dava ajuda federal para proteger ativistas no sul e quando o fazia a intervenção era tardia e as forças insuficientes.
• O chefe do FBI J. Edgar Hoover, colocou o telefones de Luter King sob escuta clandestina além de lhe enviar uma carta anónima sugerindo suicídio.
• Pressionado Johnson estabeleceu vários atos legislativos entre 1964-1967 que proibiam a discriminação em vários setores públicos e privados.
• A partir desse ponto o fim da pobreza entre os negros passou a ser o principal objetivo do movimento.
• Ocorreram entre 1963-1968, 341 motins urbanos negros em 265 cidades, onde foram mortas pela policia 221 pessoas,
• Numa 2ª fase, o Movimento Negro  ampliou o seu discurso criticando além da discriminação, a exploração económica e a política internacional norte-americana. Desta forma, nos últimos anos de vida, Luther King radicalizou o seu discurso, exigindo a transformação social a par da mudança económica,.
Acabou assassinado em 1968 na cidade de Menphis durante uma greve operária negra.”






5. Indicas as razões de luta de Martin Luther King


6. Regista os acontecimentos mais marcantes do Movimento Negro

• O movimento dos muçulmanos negros,  movimento político religioso pregava ideais de auto-ajuda e separatismo, Malcom X chegou a ser líder deste movimento. Defendia a auto-defesa armada contra a violência racista, além de defender a valorização das tradições afro-americanas e o apoio a movimentos revolucionários no 3º mundo.
Chegou a criar uma organização rival, a Muslim Mosque Inc. Cria  que a irmandade entre brancos e negros era possível. Em fevereiro de 1965, foi assassinado em Nova York, num episódio até hoje não totalmente esclarecido.

• As suas ideias fizeram surgir diversos movimentos “Black Power” na segunda metade da década.  O mais famoso foi o Partido dos Panteras Negras, fundado por universitários negros na Califórnia, em 1968, apelando para a autodefesa armada. Tornaram-se populares  nos bairros negros com a sua propaganda militante de orgulho negro e os seus programas de assistência social. A organização foi esmagada brutalmente entra 1969 e 1971 pelo FBI.
Estas lutas, no entanto, permitiram acabar com as políticas segregacionistas, a classe média negra pode expandir-se, mas os negros permaneceram desproporcionalmente mais pobres do que os brancos.

7. Regista outros movimentos que defendiam os direitos dos negros


O movimento hippie

https://www.youtube.com/watch?v=7I0vkKy504U





 San Francisco - Scott McKenzie
O movimento e cultura hippie nasceu e teve o seu maior desenvolvimento nos EUA. Foi um movimento de uma juventude rica e escolarizada que recusava a injustiças e desigualdades da sociedade americana, nomeadamente a segregação racial. Desconfiava do poder económico-militar e defendia os valores da natureza.
Na sua expressão mais radical, os jovens hippies abandonavam o conforto dos lares paternos e rumavam para as cidades, principalmente S. Francisco, para aí viver em comunidade com outros hippies; noutros casos estabeleceram-se em comunas rurais.
Dois valores defendidos eram a "paz" e o "amor". Opunham-se a todas as guerras, incluindo a que o seu próprio país travava no Vietname. Defendiam o "amor livre", quer no sentido de "amar o próximo", quer no de praticar uma actividade sexual bastante libertária. Podia-se partilhar tudo, desde a comida aos companheiros. A palavra de ordem que melhor resume este sentimento foi a famosa "Make Love Not War".
Os hippies apreciavam a "filosofia oriental", o que significava alguns aspectos da religião hindu misturada com doutrina da "não violência" de Gandi.

O movimento e cultura hippie nasceu e teve o seu maior desenvolvimento nos EUA. Foi um movimento de uma juventude rica e escolarizada que recusava a injustiças e desigualdades da sociedade americana, nomeadamente a segregação racial. Desconfiava do poder económico-militar e defendia os valores da natureza.
Na sua expressão mais radical, os jovens hippies abandonavam o conforto dos lares paternos e rumavam para as cidades, principalmente S. Francisco, para aí viver em comunidade com outros hippies; noutros casos estabeleceram-se em comunas rurais.
A música teve um papel muito importante no desenvolvimento da cultura hippie. Inicialmente foi nas fileiras da "folk music" que as ideias contestatárias começaram a tomar forma. Os E,U,A  tinham uma grande tradição de cantores contestatários, como Woody Guthrie, o qual, durante a Grande Depressão dos anos 30 tinha percorrido a américa profunda cantando canções de protesto e de apelo à luta sindical. Na nova geração esta corrente contestatária foi prosseguida por cantores como Pete Seeger, Joan Baez e Bob Dylan
Festivais e música, como o Festival de Newport, atraía muitos jovens que procuravam não só o divertimento musical mas igualmente o debate de ideias. Estes Festivais começaram a crescer em dimensão e chegaram a ser proibidos em alguns sítios.
Bob Dylan, um jovem cantor do Midwest americano, com cara de miudo, compôs a canção "Blowing in the wind", que viria a ser considerada como um dos hinos do movimento contestatário. Anos mais tarde o próprio Dylan admitiria que a música era apenas uma adaptação de uma balada irlandesa, mas as palavras sintetizavam poderosamente o sentimento contestatário da época:
“How many roads must a man walk down / Before you call him a man?
Yes, 'n' how many seas must a white dove sail / Before she sleeps in the sand?
Yes, 'n' how many times must the cannon balls fly / Before they're forever banned”?
A resposta, dada no refrão, era ao mesmo tempo ingénua e convincente:
“The answer, my friend, is blowin' in the wind”.
Querendo chamar a atenção para as injustiças, acreditavam  que, em breve todos o compreenderiam.
O uso de drogas começou a acompanhar a cultura hippie. (…) A inovação da tecnologia que se espelhava na industria química e farmacêutica, haveria de ajudar a desenvolver o consumo de drogas, tanto mais que algumas foram inicialmente consideradas como "inofensivas".

http://forum.outerspace.terra.com.br/showthread.php?t=161660

8.Descreve os principais princípios do movimento hippie





Outros movimentos sociais.

• O movimento da nova esquerda é formada por uma variedade de movimentos sociais dos anos 60, caracterizada pela valorização da juventude. Punha a tónica  no combate à hipocrisia e a alienação da sociedade americana. Preocupava-se com a miséria económica e defendia o derrube do capitalismo. 
Teve como principais ações a luta contra a guerra do Vietname, pelos direitos estudantis nas universidades e por maior liberdade individual na vida quootidiana.

•O movimento feminista e movimento contra a discriminação sexual.
• Apesar das mulheres representarem 40% da mão-de-obra em 1970 ainda sofriam descriminação no emprego, na família e na sociedade, As suas conquistas mais importantes foram a proibição da discriminação sexual no emprego e legalização do aborto.
• No seguimento dessas vitórias Grupos de gays e lésbicas organizaram-se em movimentos para a “libertação gay”.
• O movimento ambientalista Greenpeace surge em 1971.

9.Nomeia outros movimentos contestatários
10.  Completa , o seguinte texto com as opções:

- celebração

- hippie

- contestação

- consumo

- sociais





Completa corretamente a frase:


      Na década  de 1960, desenvolveu-se entre a juventude um clima de ___________ contra a sociedade de ____________, as desigualdades ______________ e a desumanidade da guerra, através dos movimentos estudantis e do movimento ____________ .

Os EUA no contexto pós-guerra –


Os EUA no contexto pós-guerra – p. 148

1.       Sublinha no texto as ideias principais.

A  partir da 2º guerra Mundial até aos anos 70 do século XX, a economia dos E. U. A. foi objeto de um grande crescimento. Chamou-se a esta época “Trinta gloriosos”. Esta expressão foi usada por Jean Fourastié, O capitalismo emergiu dos escombros da guerra e atingiu o seu auge. Entre 1945 e 1973, [i]a produção mundial mais do que triplicou. As economias cresceram de forma contínua, sem períodos de crise. As taxas de crescimento especialmente altas de certos países, como a RFA, a França, o Japão, surpreenderam os analistas, que começaram a referir-se-lhes como “milagre económico”. Estes cerca de 30 anos de uma prosperidade material sem precedentes ficaram na História como os “Trinta Gloriosos”. 
2.       Define o conceito de “trinta gloriosos”.


3.       O desenvolvimento dos E. U. A, deveu-se:
·              À aceleração do progresso tecnológico, que atingiu todos os sectores;
·              À utilização do recurso ao petróleo como matéria energética por excelência, em detrimento do carvão;
·              Ao aumento da concentração industrial e do número de multinacionais;
·              À modernização da agricultura;
·              Ao aumento significativo da população activa. Este ocorreu graças à conjugação entre o aumento na mão-de-obra feminina, ao baby-boom (1940 e 1960), e à imigração de trabalhadores oriundos de países menos desenvolvidos.
Para além de mais numerosa, a mão-de-obra tornou-se também mais qualificada; graças ao prolongamento da escolaridade obrigatória.
As políticas sociais de John Kenendy (1960)- 1963) e Lyndon Johson ( 1964-1968) procuraram diminuir as diferenças sociais., incidindo em medidas como o salário mínimo, o subsídio de desemprego e a assistência médica.
Este bem estar económico e social foi divulgado pelo cinema, televisão e literatura e passou a ser conhecido pelo “american way of life”
·              O crescimento do sector terciário.
·               Liberdade económica facilitadora da ação  dos empresários
A mestria da classe empresarial e política permitiu que os E. U.A., ao longo do século XX, expandissem as suas atividades económicas a outros países, ultrapassando a influência da Europa.
O mercado estrangeiro passou a ser o palco principal da atividade económica dos E. U. A. num período que convidava à inovação com base em novas tecnologias que revolucionaram as condições de vida das pessoas. Computadores, centrais nucleares, satélites, transístores, circuitos integrados, entre outros.

4.       Diz o que entendes por “baby  boom”


5.       Define o conceito “american way of life “.


6.       Explica as razões da prosperidade americana no pós guerra




O efeito mais evidente dos Trinta Gloriosos foi a generalização do conforto material. A sociedade de consumo transformou os lares e o estilo de vida da maioria da população dos países capitalistas.
Nesta sociedade de abundância, o cidadão comum é permanentemente estimulado a despender mais do que o necessário. Multiplicam-se os grandes espaços comerciais, verdadeiros santuários do consumo, onde os objectos, estrategicamente dispostos, se encontram ao alcance da mão do potencial comprador. Uma publicidade bem orquestrada lembra as pequenas e grandes maravilhas a que todos “têm direito” e que as vendas a crédito permitem adquirir.
O consumismo instala-se duradouramente e torna-se o emblema das economias capitalistas da segunda metade do século XX.

1.   Explica por palavras tuas em que consiste a sociedade de consumo.

2.   Escreve um comentário pessoal em que refiras os efeitos deste tipo de sociedade sobre os indivíduos em particular.

RECUSA DA DOMINAÇÃO EUROPEIA: OS MOVIMENTOS DE INDEPENDÊNCIA



 O processo de independência e consequente descolonização dos
 povos africanos precipitou-se  após o final da Segunda Guerra Mundial: o triunfo da liberdade sobre a tirania inspirou diversos  povos subjugados tomarem nas suas mãos o destino das suas nações.  Por outro lado, as metrópoles europeias encontravam-se numa fase  de profunda fragilidade que marcou o pós-guerra na Europa Ocidental.  Mas se essa fragilidade impedia um controlo político-militar total das  colónias, o que as tornava economicamente mais valiosas que nunca.
Não se pode falar de uma descolonização, visto este processo ser heterogéneo e apresentar particularidades próprias de região para região. As próprias práticas de ocupação tinham sido diferentes. Regiões como Índia ou o Sudoeste Asiático, que apresentavam, já antes da colonização uma civilização avançada, uma descolonização muito mais pacífica e estável que as regiões da África ofereciam subsariana, que praticavam, aquando da sua ocupação, uma organização tribal. Houve também ocupações de carácter administrativo e de exploração de recursos económicos, protetorados, como era o caso de Marrocos, e países com um povoamento de tal forma enraizado que as minorias aí fixadas os consideravam a sua verdadeira  pátria , o que levantava novas e sérias questões. Após a independência da Índia, em 1947, todo o mundo colonizado – um quinto do Globo - agitou- se em lutas de libertação em relação às metrópoles. E em relativamente pouco tempo as independências e descolonizações precipitaram-se um pouco por toda a parte. Esta primeira fase,
marcada pela índia/Paquistão, é a mais organizada, existindo já uma forte elite autóctone pronta a assumir as rédeas da governação, apesar de existirem graves conflitos internos de carácter religioso.
Ainda em 1947 emergiram graves confrontos em Madagáscar, marcados por uma sangrenta repressão francesa. Em 1948 a Birmânia tornou-se independente do Reino Unido, bem como o Sri Lanka (na denominado Ceilão) e o Estado de Israel. Em 1949 é a vez do reino hachemita da Jordânia e da Indonésia, esta em relação aos países Baixos. (…) A década de 50 foi marcada por profunda ebulição em todo de África e no Oriente, em 1951, a Líbia tornou-se independente da Itália e, em 54, a Indochina, como o Camboja, o Laos e o Vietname, antigos protetorados franceses. Em
1956, o Egito e o Sudão tornam-se independentes do Reino Unido e a Tunísia e Marrocos da França
(…) 1957 foi o ano da independência do Gana, face ao reino Unido pela mão do carismático Nkrumah, tornando-se no primeiro país da África Negra a obter a liberdade. Em 1958, De Gaulle visitou as colónias francesas em África e acabou por conceder a liberdade a algumas.
A partir de 1960 outros se seguiram, em menos de três anos, 25 países celebraram a sua libertação com o recuo da França, da Grã-Bretanha e da Bélgica. O Quénia inglês e o Congo belga iniciaram ainda nesta ano as negociações; o Senegal, a Mauritânia, a República Centro Africana, o
Chade, o Togo, a Nigéria, Madagáscar e o Congo
conquistaram a sua independência. Em 1961, foi a vez dos Camarões e da Costa do Marfim franceses, bem como da Serra Leoa, Tanganica e Tanzânia ingleses. A Argélia francesa, depois de um sangrento, conflito, é um Estado soberano em 1962, bem como o Ruanda, o Uganda e o Burundi. O Quénia e a Malásia britânicos, na sequência de ferozes conflitos emanciparam-se, em 1963 e em 1964, o Mali, a Zâmbia, a Guiné Equatorial, Malta e o Malawi (Rodésia do Norte). A República Popular do Iémen do Sul tornou-se independente em 1967 e as Ilhas Maurícias em1968. Em 1969 celebrou- se o Festival pan africano  em Argel  e assistiu-se à  independência da Somália britânica.
Os anos 70 foram marcados pelas independências dos últimos redutos coloniais na África negra das possessões portuguesas. Em 1974, na sequência da Revolução do 25 de Abril em Portugal, a Guiné obtem a independência; Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde seguem as pisadas rumo à  liberdade em 1975. Foi também em 75 e 76 que se assistiu à retirada espanhola do Sara.
A última colónia portuguesa – Timor Leste foi invadida e anexada pela República da Indonésia em 1976.Viria a tornar-se independente em 2002.

Descolonizações Tumultuosas em África. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 
[Consult. 2012-05-04].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$descolonizacoes-tumultuosas-em-africa>.