O processo de independência e consequente descolonização dos
povos africanos precipitou-se após o final da Segunda Guerra Mundial: o triunfo da liberdade sobre a tirania inspirou diversos povos subjugados tomarem nas suas mãos o destino das suas nações. Por outro lado, as metrópoles europeias encontravam-se numa fase de profunda fragilidade que marcou o pós-guerra na Europa Ocidental. Mas se essa fragilidade impedia um controlo político-militar total das colónias, o que as tornava economicamente mais valiosas que nunca.
povos africanos precipitou-se após o final da Segunda Guerra Mundial: o triunfo da liberdade sobre a tirania inspirou diversos povos subjugados tomarem nas suas mãos o destino das suas nações. Por outro lado, as metrópoles europeias encontravam-se numa fase de profunda fragilidade que marcou o pós-guerra na Europa Ocidental. Mas se essa fragilidade impedia um controlo político-militar total das colónias, o que as tornava economicamente mais valiosas que nunca.
Não se pode falar de uma descolonização, visto este
processo ser heterogéneo e apresentar particularidades próprias de região para
região. As próprias práticas de ocupação tinham sido diferentes. Regiões como
Índia ou o Sudoeste Asiático, que apresentavam, já antes da
colonização uma civilização avançada, uma descolonização muito mais pacífica e
estável que as regiões da África ofereciam subsariana, que praticavam, aquando
da sua ocupação, uma organização tribal. Houve também ocupações de carácter
administrativo e de exploração de recursos económicos, protetorados, como era o
caso de Marrocos, e países com um povoamento de tal forma enraizado que as
minorias aí fixadas os consideravam a sua verdadeira pátria , o que levantava novas e sérias
questões. Após a independência da Índia, em 1947, todo o mundo colonizado – um
quinto do Globo - agitou- se em lutas de libertação em
relação às metrópoles. E em relativamente pouco tempo as independências e
descolonizações precipitaram-se um pouco por toda a parte. Esta primeira fase,
marcada pela índia/Paquistão,
é a mais organizada, existindo já uma forte elite autóctone pronta a assumir as
rédeas da governação, apesar de existirem graves conflitos internos de carácter
religioso.
Ainda em 1947
emergiram graves confrontos em Madagáscar,
marcados por uma sangrenta repressão francesa. Em 1948 a Birmânia tornou-se
independente do Reino Unido, bem como o Sri Lanka (na denominado Ceilão) e o Estado de Israel. Em 1949 é a vez do reino hachemita da Jordânia e da Indonésia, esta em
relação aos países Baixos. (…) A década de 50 foi marcada por profunda ebulição
em todo de África e no Oriente, em 1951,
a Líbia tornou-se independente da Itália e, em 54, a Indochina, como o Camboja, o Laos e o Vietname, antigos protetorados
franceses. Em
1956,
o Egito e o Sudão tornam-se
independentes do Reino Unido e a Tunísia
e Marrocos da França
(…) 1957
foi o ano da independência do Gana,
face ao reino Unido pela mão do carismático Nkrumah, tornando-se no primeiro
país da África Negra a obter a liberdade. Em 1958, De Gaulle visitou as
colónias francesas em África e acabou por conceder a liberdade a algumas.
A partir de 1960
outros se seguiram, em menos de três anos, 25 países celebraram a sua
libertação com o recuo da França, da Grã-Bretanha e da Bélgica. O Quénia inglês e o Congo belga iniciaram
ainda nesta ano as negociações; o
Senegal, a Mauritânia, a República Centro Africana, o
Chade, o Togo, a Nigéria, Madagáscar e o Congo conquistaram a sua independência. Em 1961, foi a vez dos Camarões e da Costa do Marfim franceses, bem como da Serra Leoa, Tanganica e Tanzânia ingleses. A Argélia francesa, depois de um sangrento, conflito, é um Estado soberano em 1962, bem como o Ruanda, o Uganda e o Burundi. O Quénia e a Malásia britânicos, na sequência de ferozes conflitos emanciparam-se, em 1963 e em 1964, o Mali, a Zâmbia, a Guiné Equatorial, Malta e o Malawi (Rodésia do Norte). A República Popular do Iémen do Sul tornou-se independente em 1967 e as Ilhas Maurícias em1968. Em 1969 celebrou- se o Festival pan africano em Argel e assistiu-se à independência da Somália britânica.
Chade, o Togo, a Nigéria, Madagáscar e o Congo conquistaram a sua independência. Em 1961, foi a vez dos Camarões e da Costa do Marfim franceses, bem como da Serra Leoa, Tanganica e Tanzânia ingleses. A Argélia francesa, depois de um sangrento, conflito, é um Estado soberano em 1962, bem como o Ruanda, o Uganda e o Burundi. O Quénia e a Malásia britânicos, na sequência de ferozes conflitos emanciparam-se, em 1963 e em 1964, o Mali, a Zâmbia, a Guiné Equatorial, Malta e o Malawi (Rodésia do Norte). A República Popular do Iémen do Sul tornou-se independente em 1967 e as Ilhas Maurícias em1968. Em 1969 celebrou- se o Festival pan africano em Argel e assistiu-se à independência da Somália britânica.
Os anos 70 foram marcados pelas independências dos
últimos redutos coloniais na África negra das possessões portuguesas. Em 1974, na sequência da Revolução do 25
de Abril em Portugal, a Guiné obtem a
independência; Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde
seguem as pisadas rumo à liberdade em 1975. Foi também em 75 e 76 que se assistiu à retirada
espanhola do Sara.
A última colónia portuguesa – Timor Leste foi invadida e anexada pela República da Indonésia em
1976.Viria a tornar-se independente em 2002.
Descolonizações Tumultuosas em África. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
[Consult. 2012-05-04].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$descolonizacoes-tumultuosas-em-africa>.
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