Keynes é ainda mais importante agora do que
o foi há 50 anos. Não sei se os economistas, em geral, se tornarão keynesianos
de novo, mas passei a levar muito a sério as questões de tipo keynesiano, se
assim se pode dizer. É claro que Lord Keynes não era uma profeta sagrado. Ele
pode ter colocado as perguntas certas, mas cabe-nos a nós encontrar as respostas
apropriadas. (Paul Krugman)
A escola Keynesiana ou Keynesianismo é
a teoria econóica consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes no seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da
moeda (General theory of employment, interest and money)1 e
que consiste numa organização político-económica,
oposta às concepções liberais, fundamentada na afirmação do Estado como agente
indispensável de controle da economia, com o objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego.
Tais teorias tiveram uma enorme influência na renovação das teorias clássicas e
na reformulação da política de livre mercado.
A escola keynesiana basei-se no princípio de
que o ciclo económico não é auto-regulado como pensam os neoclássicos, uma vez
que é determinado pelo "espírito animal" (animal spirit no
original em inglês) dos empresários. É por esse motivo, e pela incapacidade do
sistema capitalista conseguir empregar todos os que querem trabalhar, que
Keynes defende a intervenção do Estado na economia.
A teoria atribuiu ao Estado o direito e o
dever de conceder benefícios sociais que garantam à população um padrão mínimo
de vida como a criação do salário mínimo, do seguro-desemprego,
da redução da jornada de trabalho (que então superava 12 horas diárias) e a
assistência médica gratuita. O Keynesianismo ficou conhecido também como "Estado de bem-estar social", ou
"Estado Escandinavo".
As políticas económicas intervencionistas
foram inauguradas por Roosevelt com o New Deal,
no início da década de 1930, defendendo a
intervenção do Estado na Economia com o objetivo de tentar solucionar a crise de 1929.
Em
1936, essas políticas económicas foram teorizadas e racionalizadas por Keynes na
obra Teoria geral do emprego, do juro e da moeda1 .
A teoria de Keynes é
baseada no princípio de que os consumidores gastam em função dos seus bens e poupam,
em função da renda.
Quanto maior a renda, maior poupança existirá. Assim, se a renda aumenta em função do aumento
do emprego,
a taxa de poupança aumenta simultaneamente; e como a taxa de acumulação de
capital aumenta, a produtividade marginal do capital
reduz-se, e o investimento é reduzido, já que o lucro é proporcional à
produtividade marginal do capital. Então ocorre um excesso de poupança, em
relação ao investimento, o que faz com que a procura
efetiva fique abaixo da oferta e assim o emprego se reduza para um ponto de
equilíbrio em que a poupança e o investimento fiquem iguais. Como esse
equilíbrio pode significar a ocorrência de desemprego involuntário em economias
avançadas (onde a quantidade de capital acumulado seja grande e sua
produtividade seja pequena), Keynes defendeu a tese de que o Estado deveria
intervir na fase recessiva dos ciclos económicos com a sua capacidade de
imprimir moeda para
aumentar a procura efetiva através de déficits do
orçamento do Estado e assim manter o pleno emprego.
Deve notar-se que, para o estado aumentar a
procura efetiva, deve gastar mais do que arrecada, porque a arrecadação de
impostos reduz a procura efetiva, enquanto que os gastos aumentam a procura
efetiva.
O ciclo de negócios segundo Keynes ocorre
porque os empresários têm "impulsos animais" psicológicos que os
impedem de investir a poupança dos consumidores, o que gera desemprego e reduz
a procura efetiva novamente, e por sua vez causa uma crise económica. A crise,
para terminar, deve ter uma intervenção estatal que aumente a procura efetiva
através do aumento dos gastos públicos.
O que Keynes defendia, na década de
1930, e que hoje Stiglitz e outros defendem é uma
participação ativa de um Estado nos segmentos da economia
que, embora necessários para o bom desenvolvimento de um país, não
interessam à inciativa privada.
Não se trata promover uma competição entre
o Estado e o mercado, mas sim de obter uma adequada complementação ao
mercado, que agindo sozinho não é capaz de resolver todos os problemas,
conforme demonstraram Grenwald e Stiglitz7 (1986),
em busca de uma maior eficiência geral da Economia.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_keynesiana
- 10 de Janeiro de 2014